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Márcio da Costa Pinto

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A Economia da Atenção: O Preço Invisível do Nosso Tempo nas Telas

Vivemos em uma era em que a atenção humana se tornou um recurso extremamente valioso — talvez mais do que o petróleo ou o ouro. Na chamada economia da atenção, cada clique, cada deslizar de dedo e cada segundo de visualização se traduz em dados, engajamento e, principalmente, lucro. Plataformas como TikTok, Instagram, YouTube e outras redes sociais têm se aperfeiçoado para capturar e manter o foco do usuário por longos períodos, alimentando um ciclo contínuo de dopamina que vicia e esgota.

A lógica é simples: quanto mais tempo você passa na plataforma, mais anúncios são exibidos, mais conteúdo é consumido e mais dinheiro é gerado para as empresas por trás dessas redes. Por isso, vídeos curtos e altamente estimulantes, os famosos shorts, reels e TikToks, são estrategicamente posicionados para provocar reações rápidas e manter o usuário imerso em uma linha infinita de conteúdos que se ajustam ao seu perfil comportamental.

Essa dinâmica não atinge apenas adolescentes e jovens. Cada vez mais adultos e até idosos estão sendo fisgados por esses mecanismos altamente eficazes de retenção. O que parece ser apenas um “vídeo engraçadinho de 30 segundos” pode, na verdade, levar a uma maratona de duas horas de consumo ininterrupto de conteúdos — muitos deles sem profundidade, mas altamente viciantes.

O grande problema é que esse modelo de consumo cobra um preço alto: a nossa saúde mental. O uso excessivo de telas e o bombardeio constante de estímulos curtos podem gerar ansiedade, déficit de atenção, insônia e sensação constante de esgotamento. O cérebro humano, exposto a esse ritmo frenético, passa a ter dificuldade em manter o foco por longos períodos, o que impacta diretamente na produtividade, nos relacionamentos interpessoais e até na capacidade de absorver conhecimento de forma mais profunda.

Vidas Perfeitas?
Além disso, a comparação constante com padrões irreais exibidos nas redes sociais alimenta sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Vemos vidas aparentemente perfeitas em vídeos bem editados, esquecendo que são apenas recortes idealizados da realidade. Isso afeta principalmente os mais jovens, que estão em fase de formação emocional e ainda não possuem maturidade para filtrar esses conteúdos de forma crítica.

A economia da atenção é, sem dúvida, um dos motores mais potentes do mundo digital atual. Porém, seu sucesso está baseado em um modelo que, se consumido sem consciência, pode minar o bem-estar das pessoas. A solução não está em abandonar a tecnologia, mas em usá-la com equilíbrio, estabelecendo limites e criando momentos de desconexão para preservar a saúde mental.

Portanto, fica o alerta: o tempo que você passa no celular ou no computador não é gratuito. Ele está sendo comprado, comercializado e, muitas vezes, desperdiçado. A pergunta que fica é: você está no controle da sua atenção, ou ela está sendo negociada por cliques?

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